RUBIACEAE

Rudgea vellerea Müll.Arg.

VU

EOO:

9.622,18 Km2

AOO:

128,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência nos estados do RIO DE JANEIRO, municípios de Duque de Caxias (Braga 3994), Guapimirim (Burchell 2543), Magé (Nadruz 1980), Miguel Pereira (Junior 19), Nova Iguaçu (Bruniera 717), Paraty (Melo 51), Silva Jardim (Martinelli 2862); SÃO PAULO, municípios de Caraguatatuba (Stefani s.n.), Ubatuba (Pedroni 1058).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2019
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Marta Moraes
Critério: B1ab(iii)
Categoria: VU
Justificativa:

Árvore de até 10 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Foi documentada em Floresta Ombrófila associada a Mata Atlântica nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Apresenta distribuição restrita à fitofisionomia florestal severamente fragmentada, EOO= 8444 km² e seis situações de ameaça, de acordo com a concentração de registros de coleta disponíveis para cada região geográfica de ocorrência. Apesar de localmente abundante a rara, dependendo da localidade (Martin-Gajardo e Morellato, 2003; Prata et al., 2011), e protegida por Unidades de Conservação bem estabelecidas, sabe-se que perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original de distribuição da espécie (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). Assim, infere-se declínio contínuo em qualidade e extensão de habitat. Diante desse cenário, R. vellerea foi considerada "Vulnerável" (VU) a extinção neste momento. É necessário a condução de estudos genéticos para compreender a dinâmica populacional entre essas sub-regiões, devido a presença de 3 grandes rodovias interestaduais e o consequente isolamento de subpopulações raras, que podem ficar sujeitas a rápido declínio populacional.

Último avistamento: 2016
Quantidade de locations: 6
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim
Razão para reavaliação? Other
Justificativa para reavaliação:

A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) como "Quase ameaçada" (NT), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação re-acessado após 5 anos da última avaliação.

Houve mudança de categoria: Sim
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2012 NT

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita em Fl. Bras. 6(5): 208-209. 1881. Uma das mais impressionantes espécies do gênero, R. vellerea é distinta pelas suas folhas largas e oblongas com pecíolos muito longos (3-4 cm compr.), pelas flores com tubo do cálice expandido e corola carnosa densamente pilosas externamente (Zappi, 2003; Bruniera, 2015).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Em amostragem realizada no Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo Picinguaba, no estado de São Paulo, foram quantificados um total de oito indivíduos em 52 parcelas de 10m² (Martin-Gajardo; Morellato, 2003). Em estudo realizado por Prata et al. (2011), no Núcleo Picinguaba, foram amostrados três indivíduos em uma área de 1ha. Segundo Rochelle et al. (2011), em estudo realizado também em Picinguaba, foram amostrados numa área de 1ha um total de 5 indivíduos.
Referências:
  1. Martin-Gajardo, I.S., Morellato, L.P.C., 2003. Fenologia de Rubiaceae do sub-bosque em floresta Atlântica no sudeste do Brasil., Revista Brasileira de Botânica, 26: 299-309.
  2. Prata, E.M.B., Assis, M.A., Joly, C.A., 2011. Composição e estrutura da comunidade arbórea na transição da Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas - Floresta Ombrófila Densa Submontana do Núcleo Picinguaba/PESM, Ubatuba, sudeste do Brasil., Biota Neotropica, 11: 285-299.
  3. Rochelle, A.L.C., Cielo-Filho, R., Marins, F.R., 2011. Florística e estrutura de um trecho de Floresta Ombrófila Densa Atlântica Submontana no Parque Estadual da Serra do Mar, em Ubatuba/SP, Brasil., Biota Neotropica, p.337-346.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa
Habitats: 1 Forest, 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest
Detalhes: Árvores com até 10 m de altura (Marquete 284), que habita a Floresta Ombrófila na Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019).
Referências:
  1. Rudgea in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB14272>. Acesso em: 10 Jun. 2019

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development habitat past,present,future national high
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001).
Referências:
  1. Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF), 2001. Atlantic Forest Biodiversity Hotspot, Brazil. Ecosystem Profiles. https://www.cepf.net/sites/default/files/atlantic-forest-ecosystem-profile-2001-english.pdf (acesso em 31 de agosto 2018).
  2. Ribeiro, M.C., Metzger, J.P., Martensen, A.C., Ponzoni, F.J., Hirota, M.M., 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biol. Conserv. 142, 1141–1153. Ribeiro, M.C., Metzger, J.P., Martensen, A.C., Ponzoni, F.J., Hirota, M.M., 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biol. Conserv. 142, 1141–1153.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future national high
O estado do Rio de Janeiro apresentava 98,59% de sua área coberta por Floresta Atlântica. No entanto, assim como no restante do território brasileiro, esta formação vem sofrendo ao longo dos séculos um intenso processo de fragmentação e redução, especialmente devido a sua localização. As florestas do estado do Rio de Janeiro estão entre as mais ameaçadas, já que cobrem atualmente menos de 20% da área florestal original (Fonseca, 2009).
Referências:
  1. Fonseca, R.N., 2009. Estrutura e composição florística do estrato arbóreo em um trecho de floresta ombrófila densa submontana no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Guapimirim, RJ. Monografia. Seropédica: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Instituto de Florestas).

Ações de conservação (2):

Ação Situação
5 Law & policy on going
A espécie consta no Anexo II da Instrução Normativa nº 6, de 23 de Setembro de 2008 (MMA, 2008) sendo considerada uma espécie com Dados Deficientes (DD) para avaliação do risco de extinção. Foi considerada Em Perigo (EN) em avaliação de risco de extinção empreendida pela Fundação Biodiversitas (Biodiversitas, 2005). A espécie foi avaliada como "Quase ameaçada" (NT) no Livro Vermelho CNCFlora 2013.
Ação Situação
1 Land/water protection on going
A espécie foi coletada nas Unidades de Conservação: Parque Estadual da Serra do Mar - SP (Gomes 504), Parque Nacional da Serra dos Órgãos - RJ (Nadruz 2259), Reserva Biológica do Tinguá - RJ (Rodrigues s.n.), APA-Cairuçu - RJ (Melo 51), Estação Ecológica Estadual de Paraíso - RJ (Vieira 181)

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.